Eu não sonho, fabrico filmes.
Minha
mente é tão criativa que cada sonho eu acordo querendo mais, é como se
fosse um filme mesmo. Tem diálogos, conexões e mesmo sendo sonho tem um
pouco de coerência.Geralmente eu acordo brava porque me acordam antes do
final, no ápice do sonho e eu fico querendo saber como se
desenvolveria.
Esta noite sonhei que era um
personagem de contos de fadas, não propriamente um personagem disney,
mas uma filha de um personagens e estava no mundo normal, já vou dizer
que não no meu corpo, e nem as pessoas envolta de mim no sonho eram
conhecidas. Voltando eu estava no mundo normal, junto com humanos
normais, sem saber o que era. Era branquinha, cabelos longos e negros,
olhos grandes e piercing na orelha, usava cropped e e jeans rasgado tudo
preto, meu sapato era um coturno. Pelo visto era revoltada porque a
cena começa com minha mãe fictícia na escola, me encarando com um misto
de pesar e raiva como se aquilo não fosse a primeira vez, nós saiamos e
então ela me contava sobre o que eu era, e sem interromper eu descobria.
Ela
dizia que o mundo de conto de fadas era um pouco real, nada era tão
lindo quanto lemos mas os personagens eram reais, e havia muito mais.
Que haviam regras, principalmente contra humanos saberem disso pois um
humano q soube, escreveu e reinventou essas pessoas quase as expondo aos
humanos, então o contato era proibido. Que meu pai (que eu não
conhecia) era um desses personagens, era um violador de regras nato, mas
era um criminoso tbm, se tratava nada mais, nada menos que o Lobisomen
original, ela foi amaldiçoado por uma bruxa a virar lobo em toda lua
cheia, porque havia matado um dos lobos dela. Só que isso o piorou,
despertou ainda mais o animal nele e ele mordia e infectava as pessoas
por ai, as tornando lobisomens. Então ele fugiu pro mundo humano e
conheceu minha mãe, que era doce e inteligente, o apoiava e via melhor
nele. Mas ele começou ficar fraco por estar longe de sua terra e voltou,
para ser preso. Ela falou que como eu era metade humana decidiu que eu
ia viver com os humanos por não precisava daqueles poderes, mas era hora
de ir.
Ela me levava um local na floresta e pedia que
aguardássemos ali até alguém aparecer e levou dois segundos. Ela contou
quem era e quem eu era, eles já sabiam de mim (pelo meu pai eu acho) e
logo eu estava num tribunal onde decidiam se eu teria lugar com eles. Me
permitiram ficar, e também minha mãe que era humana, pra me servir de
base porque eu não tinha adulto responsável já que meu pai, estava
preso. Eu iria ser mandada para escola, onde existia um campus e eu
moraria lá, como todos outros alunos, no mesmo campus tinha uma
faculdade e minha mãe foi estudar lá, porque foi convidada a dar aulas
de história humana para os alunos.
De cara fiz dois amigos um
menino alto, branquinho tbm, olhos pequenos esverdeados e com o cabelo
loiro escuro e uma menina loirinha que quando ria era contagiante e não
podia evitar sorrir junto, eles não tinham preconceito por eu ser um
fruto proibido e entendiam que eu não tinha culpa nenhuma. Mas o resto
da escola me odiava.
Durante um ano que eu estudei com eles, via
que a menina Catshire (descobri os nomes neste ponto) era apaixonada
pelo menino Jhonny, mas ele a via como irmã, e ficava com muitas outras
meninas, bem quando eu estava longe, pq elas se incomodavam comigo. Na
maior parte do tempo eu era uma sombra. Professores treinavam comigo
enquanto os outros tinham a tarde livre, pra descobrir meus poderes.
Numa dessas tardes segui um barulho e descobri que tinha uma gangue na
escola que estava torturando pessoas, física e psicologicamente para
eles lhe darem informações sobre o reinado. Quando espiei, vi que eram
meus amigos e não fiquei quieta, invadi a sala (que era tipo um cinema) e
surgiram garras nas minhas unhas, com as quais eu machuquei essas
pessoas até as autoridades chegarem, eles foram pro hospital e depois
pra cadeia.
A diretora da escola veio me agradecer, mas eu sentia
que aquilo tava mais pra um aviso do que agradecimento, ela me odiava e
não gostou do que eu fiz. Ela parecia um pouco comigo, era recém
formanda do colegial, cabelo longo e preto, pele bronzeada, e usava
roupas sempre vermelhas. Ao sair ela ficou observando Jhonny, o comendo
com os olhos. E então mandou três alunas que eram mais pra servas
chamarem ele, em um impulso eu os segui, e quando as servinhas sairam,
eu os ouvi transando. Engoli a ansia de vômito e sai dali.
Eu me
afastei dele, e consequentemente da Catshire, eles continuaram amigos e
ele seguiu tendo um caso escondido com a diretora. Eu passava o tempo
que antes era gasto com eles, escondida no fundo do teatro ouvindo
minhas músicas humanas, escondida e vendo a peça da escola ser ensaiada,
o ator principal, era o irmão mais novo do Jhonny, Henry, ele era o
único que sabia da minha presença, ele ficou de boa sobre isso e começou
a me tratar como irmã mais velha, mas eu não tinha mais ninguém, tava
cada vez mais perdida e isolada, até minha mãe que estuda e dava aulas
estava sem tempo pra mim, e ela era tão querida quanto a Catshire.
No
dia da apresentação do teatro Jhonny veio falar comigo que não entendia
pq eu tinha sumido, ou o que eles tinham feito, eu não podia contar na
frente da Catshire que sabia do caso dele então disse que estavam me
treinando mais pq queriam saber como eu manifestava as garras, já que só
uma (aquela) vez tinha conseguido, o que era meio verdade. Catshire,
linda que era segurou minha mão e agradeceu, ele ficou com raiva por
sentir que eu estava escondendo alguma coisa e saiu, sentei e assisti a
apresentação, onde o Henry foi lindo, mas ouviu durante todo o tempo
sexo na área vip, que eu achava que não tinha ninguém, mas ao olhar de
relance vi a diretora com Jhonny, e ele estava meio hipnotizado por ela,
a apresentação acabou e ele me viu, viu que eu tinha visto e sai o
mais rápido que eu pude. Mas ele me alcançou no mesmo momento que a
Catshire que sem perceber a tensão falou para a acompanharmos até seu
carro que ela passaria as férias em casa (e eu na escola), fomos em
silêncio, me despedi dela segurando as lágrimas que estavam tentando
cair por vários motivos. Assim que o carro dela sumiu de vista, me virei
e sai andando rapidamente. Ele me seguiu e logo uma serva da diretora
grudou nele, atrasando ele um pouco, mas ele não conseguiu se livrar
dela e me seguiu mesmo assim. Eu caminhei em direção a faculdade porque
queria fazer minha inscrição pro próximo ano ainda, mas como era filha
de um criminoso imaginei ter dificuldades com isso.
A culpa é sua - ele tentava falar sem ela entender
Como a culpa pode ser minha?
Você quem provocou isso - ele acusou
A única coisa que eu fiz foi salvar vcs de tortura - falei incrédula
Você se afastou de nós! - ele rebateu
Alcancei
a secretária da universidade e falei meu objetivo e quando ela
perguntou quem eu era, respondi pela primeira vez em voz alta: FILHA DO
LOBISOMEN ORIGINAL. Ela empalideceu e disse que eu devia falar
diretamente na administração, que o zelador me indicaria o caminho,
subindo a escada e virando a direita. A escada era uma improvisação de
ferro, e quase ninguém a usava, pq quase ngm ia lá, e era bem alta (o
administrador tinha asas e gostava de ficar mais alto possível). Subi
seguida por Jhonny e lá em cima já, fui apoiar num corrimão e a escada
desprendeu, quase nos derrubando. Agarrei na primeira coisa que senti e
comecei chorar de medo de altura. Era o Jhonny
- Como vc, filha do maior criminoso daqui tem medo de altura?
Eu só me desvencilhei dele e voltei a secretária
- Desculpe por me fazer perder seu tempo.
Antes
que ela pudesse entender eu saia e voltava pra escola (dois quarteirões
acima), afim de ir pro meu quarto e me esconder até o fim das férias.
Fui
parada pro três figuras que reconheci, os torturados iam responder em
liberdade porque eram adolescentes, e a diretora seria a responsável por
"mantê-los" na linha, um calafrio percorreu todo meu corpo enquanto ela
se afastava deles. Eles viraram em minha direção e me ameaçaram. Eu
dizia que eles nada podiam fazer e uma menina com cabelo preto e cinza
me respondia
- Não podemos fazer nada com a queridinha da escola - falou com ironia - Catshire
Jhonny me alcançou e puxou pra longe
- Se afasta deles, nada de bom vem dali
- E vc é o experct já que quem os projete é quem vc fode né - falei com tanto veneno na voz que me arrependi
-
Não me venha com ciuminho agora - Sua voz continha desprezo e eu não
aguentei e corri, sem olhar pra trás e ver se ele vinha, sem olhar pra
frente e ver direção.
Com lágrimas nos olhos e correndo trombei com meu treinador caindo e fazendo nós dois rolar
- Mas que porra menina - ele falou e me ergueu - que diabos ta acontecendo?
- Nada - falei limpando as lágrimas - eu só não estou num bom dia.
- E sai correndo derrubando os outros - ele disse olhando além de mim
- Desculpe, eu não tive a intenção - acompanhei seu olhos e só vi uns meninos correndo - O que vc ta olhando?
- Treino de férias- ele apontou - eles apostam corrida e depois se jogam no mar pra se divertir!
- Correm até a praia?
- Onde mais tem mar?
- Mas não é longe?
- São 2 km não é longe, e eu os acompanho de vista
- Vc enxerga a 2km de distância? - falei chocada
- Sem barreiras na frente enxergo a 3km
Eu olhei pra trás e vi o Jhonny procurando alguma coisa (ou alguém) e definitivamente eu não queria falar com ele.
- Ok, eu preciso ir
O Treinador acompanhou meus olhos e parece ter entendido alguma coisa.
-
Sabe é bem legal correr até a praia e eu vi que vc gosta de correr, vc
devia tentar, eu tbm vou, tenho que encontra-los lá, sabe... adulto
responsável.
Eu sorri, e foi de verdade em meses.
- Vamos
Quando
começamos correr eu ouvi o Jhonny gritando Luna (meu nome só ouvi
agora) e pra fugir dele, corri. A sensação era incrível, um por um eu
fui passando os alunos do treinador e deixando todos pra trás, eu sorria
enquanto corria e já podia ver todo o mar azul, e aquela areia branca
sob meus pés. Ainda correndo entrei no mar, calmo e sem eu fui
recebida. Mas estava muito rápido e quando me dei conta não me dava mais
pé. Tentei boiar mas a correnteza me levava rápido pro fundo.
Vi
uma boia sendo atirada na minha direção pelo treinador, ele era muito
forte, e mesmo longe a boia quase chegou a mim. Quase. Tentei focar nela
e agarrar mas não conseguia, tentei boiar mas já estava cansada. Estava
afundando e uma mão me tirou da água funda. Abri os olhos e vi um anjo,
desmaiei na areia.
Acordei!
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